O aparecimento de drones durante a noite de segunda-feira (22) paralisou temporariamente as operações nos dois principais aeroportos da Escandinávia, o Copenhague-Kastrup, na Dinamarca, e o Oslo-Gardermoen, na Noruega. A interrupção simultânea afetou dezenas de voos, provocou desvios para terminais alternativos e deixou centenas de passageiros retidos. As autoridades dos dois países abriram investigações conjuntas para verificar se existe ligação entre os episódios.
O primeiro alerta foi emitido por volta das 21h (horário local), quando dois ou três drones de porte considerado grande foram avistados em sobrevoo próximo às pistas do Aeroporto de Copenhague-Kastrup. A presença dos equipamentos levou ao fechamento total do espaço aéreo da capital dinamarquesa, mobilizando equipes de segurança aeroportuária e da polícia.
De acordo com informações preliminares, pelo menos 50 voos precisaram ser cancelados e outros 50 foram desviados para aeroportos vizinhos, como Malmö e Landvetter, ambos na Suécia. Entre as operações afetadas, um avião da companhia SAS, com baixo nível de combustível, obteve autorização para pouso de emergência, mesmo com as restrições em vigor.
Durante a madrugada, passageiros que desembarcaram em terminais alternativos enfrentaram longas esperas por orientação e serviços básicos. Filas se formaram em balcões de atendimento, enquanto a polícia mantinha o perímetro externo do aeroporto dinamarquês sob vigilância, buscando localizar os responsáveis pelos drones.
Cerca de duas horas e meia depois, o cenário de incerteza se repetiu na Noruega. Às 23h30, controladores de tráfego aéreo de Oslo-Gardermoen registraram a presença de drones nas proximidades. A princípio, a torre determinou que as decolagens e pousos ocorressem em uma única pista, de modo a manter distância do objeto não identificado.
O protocolo, entretanto, foi insuficiente. Uma nova detecção, cerca de uma hora depois, resultou no fechamento completo do espaço aéreo norueguês. As aeronaves em aproximação foram orientadas a aguardar em voo de espera ou redirecionadas para aeroportos de apoio, inclusive Bergen.
A chefe de comunicações de Oslo-Gardermoen, Monica Fasting, frisou que drones representam perigo significativo à aviação comercial, uma vez que colisões podem causar danos severos às aeronaves.
Entre os usuários afetados pelo episódio em Oslo estava Øzkan Uymaz, que voava de Antália para a capital norueguesa com a família. O avião foi desviado para Bergen, onde os passageiros relatam ter ficado mais de uma hora e meia sem acesso fácil a alimentação ou esclarecimentos sobre conexões.
Tanto a Norwegian Airlines quanto a operadora aeroportuária Avinor divulgaram notas lamentando os transtornos e assegurando que trabalham na realocação de todos os clientes prejudicados o mais rápido possível.
Na manhã desta terça-feira (23), os dois aeroportos voltaram a operar. Mesmo com a retomada dos pousos e decolagens, autoridades dinamarquesas e norueguesas mantêm a investigação para determinar a origem dos drones e as possíveis conexões entre os incidentes.
O inquérito envolve, além das polícias locais, os serviços de inteligência PET (Dinamarca) e PST (Noruega), bem como as Forças Armadas de ambos os países. As equipes analisam imagens de câmeras de segurança, relatos de pilotos e dados de radar para rastrear os controladores dos aparelhos.
A sequência de eventos ganhou contornos políticos quando o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mencionou o assunto em postagem nas redes sociais. Ele relacionou as violações do espaço aéreo de países integrantes da OTAN a supostas provocações russas, afirmando que a ausência de resposta decisiva encoraja novas ações.
Até o momento, as autoridades dinamarquesas e norueguesas não confirmaram qualquer ligação entre os drones observados e agentes estatais estrangeiros.
Imagem: ovnihoje
Enquanto a investigação avançava, a polícia norueguesa informou a detenção de duas pessoas de Singapura por uso ilegal de drone sobre a Fortaleza de Akershus, em Oslo. As autoridades não estabeleceram conexão direta com o fechamento do aeroporto, mas o registro reforça a preocupação crescente sobre o uso indevido desses equipamentos em áreas sensíveis.
Números oficiais apontam que, no ano passado, 1.450 drones foram detectados de maneira irregular nas proximidades de aeroportos noruegueses. O dado sublinha a dimensão do desafio enfrentado por agências de aviação e segurança pública para evitar colisões ou interferências em operações aéreas.
Especialistas em aviação alertam que qualquer objeto rígido capaz de voar na trajetória de aeronaves comerciais pode comprometer motores, fuselagem e sistemas críticos. Por esse motivo, protocolos internacionais recomendam a suspensão imediata de tráfego quando drones não autorizados são avistados nas proximidades das pistas.
Com o espaço aéreo reaberto, companhias e operadores iniciaram o processo de regularização de malha. Aeronaves e tripulações deslocadas para cidades alternativas precisaram voltar às bases de origem, prolongando atrasos. Passageiros com conexões perdidas foram remanejados para novos voos, e alguns relatos indicam a oferta de hospedagem temporária para os casos em que não havia opção de embarque imediato.
Representantes dos aeroportos reiteram que, apesar do retorno à normalidade, investigações continuam em ritmo acelerado. As equipes buscam também identificar falhas nos sistemas de monitoramento aéreo e propor medidas de prevenção.
Diante de incidentes simultâneos em duas capitais, autoridades escandinavas coordenam troca de informações em tempo real. Equipes técnicas avaliam a possibilidade de ampliação de zonas de exclusão e de recursos para detecção de sinais não autorizados de rádio-frequência que controlam drones.
Apesar das iniciativas locais, especialistas apontam a necessidade de cooperação mais ampla entre países europeus, dada a facilidade de deslocamento de operadores de drones pelas fronteiras.
Até a tarde de terça-feira, não havia identificação dos responsáveis pelos drones que causaram o fechamento dos aeroportos de Copenhague e Oslo. A investigação envolve múltiplas frentes — policial, militar e de inteligência — e mantém a hipótese de coordenação entre os incidentes em análise.
Embora a operação aérea tenha sido restabelecida nos dois aeroportos, o episódio evidenciou a vulnerabilidade do setor a interferências de aeronaves não tripuladas e reforçou o debate sobre regulamentação e fiscalização do uso de drones nas proximidades de infraestruturas críticas.
OVNI Hoje
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