Starship Voo 10: terceira tentativa de lançamento testa versão 2 da nave e plano de voo ainda inédito

Uma figura observando uma galáxia, simbolizando a busca por respostas no universo.

A SpaceX prepara a terceira tentativa de lançamento da décima missão de teste do conjunto Starship / Super Heavy, o maior e mais potente foguete já construído. O veículo, que decola em dois estágios, gera mais de duas vezes o empuxo do histórico Saturn V, responsável por levar astronautas à Lua. Construído para missões de grande porte, o sistema mede 123 metros de altura e, totalmente abastecido, atinge 5 400 toneladas, 400 toneladas acima da massa da versão anterior (V1), assumindo o posto de lançador mais pesado já preparado para voar.

Quarta tentativa do mesmo perfil de voo

Apesar de o programa contabilizar dez missões de teste, o voo em preparação marca a quarta vez que a empresa tentará executar exatamente o mesmo perfil de missão, ainda não concluído com sucesso. A configuração de voo inclui a separação dos estágios, a descida controlada do booster e a entrada atmosférica da nave, etapas que permanecem sem validação completa. Nas três oportunidades anteriores, diferentes falhas impediram que o plano fosse finalizado.

Desempenho da versão 2 em foco

A próxima decolagem também será o quarto uso da versão 2 (V2) da nave Starship. Os dois voos mais recentes dessa variante terminaram em explosões, cada uma provocada por causas distintas. A repetição dos problemas sugere que a V2 representa o principal desafio de engenharia no momento; por isso, a nova tentativa concentrará a atenção dos engenheiros da empresa, que buscam validar sistemas, materiais e procedimentos revisados.

Simuladores de satélites Starlink

Entre os alvos de verificação está a liberação de simuladores de satélites Starlink, peças metálicas que reproduzem massa e encaixe de carga real. Caso a sequência transcorra conforme planejado, o voo estabelecerá a primeira liberação de carga já realizada pela Starship. O ensaio ajudará a definir parâmetros para futuras missões dedicadas à implantação de constelações de satélites.

Escudo térmico com seções removidas

No retorno à atmosfera, a nave será submetida a condições inéditas. A SpaceX removeu deliberadamente parte dos azulejos do escudo térmico, com o objetivo de monitorar o comportamento da estrutura sem proteção total. O procedimento pretende avaliar limites de temperatura, resistência de materiais e dinâmica de fluxo de ar na superfície exposta. Dependendo dos resultados, existe a possibilidade de a nave sofrer danos severos ou mesmo se desintegrar durante a reentrada, cenário que já ocorreu em voos anteriores.

Booster sob estresse adicional

O primeiro estágio, Super Heavy, também enfrentará uma prova específica: a tentativa de pouso recorrerá a menos motores do que o padrão. A medida visa coletar dados sobre consumo de propelente e controle de atitude em uma condição de propulsão reduzida. A análise dessa variação é considerada essencial para equilibrar desempenho e economia nas operações futuras do veículo.

Histórico de falhas e ajustes operacionais

Desde a estreia do sistema Starship, a SpaceX contabiliza vários cenários de falha parcial ou total. Problemas ocorreram durante a ignição dos motores, na fase de separação dos estágios e no controle térmico da nave. Em resposta, a empresa implementou modificações estruturais, reforços em pontos específicos do casco, ajustes na sequência de queima e revisões do software de controle. A próxima missão testará o conjunto das atualizações, oferecendo indicadores sobre a eficácia das mudanças.

Especificações do conjunto Starship / Super Heavy

O sistema combina dois veículos em aço inoxidável: o booster Super Heavy, responsável por fornecer impulso inicial, e a nave Starship, projetada para transporte de carga ou tripulação em trajetos orbitais ou interplanetários. Em configuração padrão, o conjunto supera em mais de 100 metros a altura de lançadores anteriores e exibe capacidade propulsiva superior a 70 meganewtons. A massa total de 5 400 toneladas estabelece um novo patamar para veículos de lançamento, superando em 400 toneladas o recorde anterior registrado pela versão V1.

Objetivos técnicos do voo 10

A SpaceX elenca como metas principais da missão: confirmar a integridade estrutural da V2, demonstrar a liberação controlada dos simuladores de Starlink, validar a performance do escudo térmico com seções ausentes, examinar a estabilidade do Super Heavy durante pouso com número reduzido de motores e coletar dados de telemetria para subsídios a futuras atualizações. O êxito completo exige que cada etapa ocorra no tempo planejado e na sequência estipulada.

Riscos e contingências

A empresa reconhece que o perfil de voo incorpora riscos elevados. A retirada de parte dos azulejos térmicos aumenta a exposição do casco a temperaturas extremas, enquanto a redução de motores no pouso do booster reduz a margem para correções de trajetória. Adicionalmente, a versão 2 passa por avaliação contínua, ainda sem histórico de voo bem-sucedido. Em caso de anomalia, a SpaceX dispõe de procedimentos de terminação de voo para garantir a segurança da área de lançamento e das zonas marítimas designadas para queda de destroços.

Importância da qualificação em série

O programa Starship adota filosofia de desenvolvimento iterativo. Cada tentativa de lançamento fornece dados que fundamentam ajustes rápidos, com intervalos curtos entre testes. A empresa argumenta que essa abordagem é necessária para acelerar a validação de componentes, reduzir custos de fabricação e antecipar metas relativas a missões tripuladas e a grandes cargas orbitais. O voo 10, ainda que não alcance todos os marcos, deverá ampliar o conjunto de informações sobre desempenho em voo, reentrada e pouso.

Situação do plano de voo

Para a decolagem, a SpaceX manterá o esquema já utilizado em tentativas anteriores. O booster Super Heavy dará impulso inicial e, em seguida, se separará da nave Starship. A etapa seguinte prevê a continuação da trajetória da nave até atingir a órbita planejada, a realização dos ensaios de liberação dos simuladores de satélites e, por fim, a reentrada atmosférica. Em paralelo, o booster executará manobras de retorno e tentará um pouso controlado. O perfil completo ainda não foi finalizado em uma única tentativa, o que confere ao voo 10 caráter de prova decisiva.

Próximos passos após o teste

Independentemente do resultado, a SpaceX deverá compilar relatórios de desempenho, identificar pontos de falha e implementar correções. A continuidade do cronograma de testes depende dos avanços obtidos em cada voo e das autorizações das agências reguladoras. A empresa mantém a meta de tornar o sistema Starship totalmente reutilizável, com ciclos de lançamento e recuperação que reduzam o custo por quilo em órbita e possibilitem missões de longa duração.

Informações detalhadas sobre horários, janelas de lançamento e restrições de tráfego aéreo serão divulgadas pela SpaceX quando a empresa confirmar todas as análises de prontidão.

Fonte: Space Today

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