Em um achado intrigante, a Agência Espacial Europeia (ESA) revelou imagens capturadas pela sonda ExoMars Trace Gas Orbiter que mostram formações na superfície de Marte que, à primeira vista, se assemelham a aranhas gigantes. Essas estruturas peculiares, apelidadas de “aranhas marcianas”, são o resultado de um processo fascinante que se desenrola durante a primavera no planeta vermelho.

Localizadas na região conhecida como “Cidade Inca”, no polo sul de Marte, as “aranhas” se formam a partir da sublimação do gelo de dióxido de carbono. Com a chegada da primavera marciana, a luz do Sol aquece a superfície gelada, liberando o gás aprisionado. Esse gás, carregado de poeira escura, é expelido através de rachaduras no gelo, criando jatos poderosos que esculpem padrões intrincados na superfície.

“Essas pequenas rachaduras se formam quando a luz do sol primaveril incide sobre a camada de dióxido de carbono depositada durante o inverno”, explica a ESA. “O gás se libera na primavera marciana, arrastando material escuro para a superfície e rompendo camadas de gelo de até um metro de espessura.”

Os jatos de gás formam gêiseres marcianos, depositando a poeira escura na superfície e criando as manchas escuras que se assemelham às patas das “aranhas”. Os padrões formados sob o gelo, vistos de cima, completam a ilusão de aracnídeos gigantes vagando pela paisagem marciana.

Essa descoberta intrigante não apenas nos presenteia com imagens espetaculares, como também oferece informações valiosas sobre as condições climáticas e os processos geológicos em Marte. A presença de gelo de dióxido de carbono e sua sublimação durante a primavera indicam que o clima marciano é mais dinâmico do que se imaginava anteriormente.

As “aranhas marcianas” servem como um lembrete de que Marte, apesar de ser um mundo árido e desolado, ainda guarda segredos fascinantes para serem desvendados. Cada nova descoberta nos aproxima de uma compreensão mais profunda desse planeta enigmático e de seu potencial para abrigar vida.