Glastonbury, Connecticut – O Arquivo de Eventos do Mutual UFO Network (MUFON) registra, sob o número 76182, um episódio relatado como tendo ocorrido por volta das 2h de 5 de maio de 1983, com duração aproximada de dez minutos. O depoimento, enviado décadas depois por um morador da região que hoje tem 36 anos, descreve a presença de um objeto em formato de disco, a entrada de três entidades não identificadas no quarto onde ele dormia e uma sequência de interações telepáticas. Embora o evento permaneça sem confirmação independente, ele compõe o banco de dados da organização, que reúne casos de objetos voadores não identificados em todo o mundo.
Contexto do registro
O denunciante localiza o incidente em 1983 ou 1984, período em que tinha três ou quatro anos e residia em um apartamento em Glastonbury com a família. A data exata foi determinada pelo cruzamento de sua lembrança pessoal com informações fornecidas pela mãe sobre o endereço à época. Segundo o relato, a memória infantil permaneceu vívida ao longo das décadas, incluindo diálogos, disposição do imóvel e visitas de familiares.
Conforme o documento encaminhado ao MUFON, a ocorrência começou quando o garoto acordou no meio da noite e percebeu que os demais moradores do apartamento dormiam. Ele dividia o dormitório com o irmão mais velho em beliches; ocupava a cama inferior. Ao erguer o olhar, o menino afirmou ter visto o teto “dissolver-se”, dando lugar a um céu estrelado. Em seguida, observou um objeto circular descendo lentamente até cobrir totalmente a abertura aparente.
Descrição do objeto observado
Na narrativa, o depoente compara a forma do artefato a uma “pizza”, analogia que atribui às referências limitadas de uma criança de três ou quatro anos. O disco teria parado de descer após ocupar o espaço onde deveria estar a laje do apartamento, permanecendo suspenso. Não há indicação de ruído, luzes pulsantes nem outros efeitos físicos relatados, apenas a mudança de cenário do teto para o céu noturno e o fechamento da visão pelas bordas do objeto.
Entrada de três visitantes
Em seguida, o jovem teria percebido três figuras pequenas posicionadas ao lado direito da cama, alinhadas lado a lado. O lado esquerdo da estrutura encostava na parede, o que restringia o acesso ao pé e à lateral direita do beliche. Nenhum som de passos foi notado. O menino relatou não sentir medo, mas curiosidade diante da presença inesperada.
Segundo o registro, as entidades assemelhavam-se em estatura aos seres comumente descritos na literatura de ufologia como “Greys”, embora trajassem uniformes. Cada peça de roupa apresentava, na região correspondente a um bolso de camisa, três ou quatro pequenos círculos coloridos que chamaram a atenção do observador. Como a criança desconhecia outra terminologia, referiu-se aos círculos como “botões” e entendeu que poderiam ser acionados.
Comunicação telepática
Quando questionou em voz alta quem eram e por que se encontravam ali, o menino afirmou ter recebido resposta por meio de pensamento direto, sem som audível. A mensagem, de acordo com suas palavras, dizia: “Nós somos os Gogos”. O depoente não forneceu detalhes sobre qualquer idioma específico, dizendo apenas ter compreendido o conteúdo instantaneamente. Ele se recorda de poucas frases adicionais, cujo teor não conseguiu reconstrui r.
Contato físico e reação das entidades
Movido pela curiosidade, o garoto estendeu a mão e tocou um dos círculos coloridos no uniforme de uma das figuras. Imediatamente, percebeu que a ação fora mal recebida. A entidade reagiu levantando o braço em sua direção. O movimento não chegou a resultar em contato físico direto, mas o menino sentiu-se projetado contra o travesseiro, como se tivesse sido golpeado. Relata ter ficado surpreso e ter percebido mentalmente o desagrado dos visitantes, embora não houvesse linguagem verbal.
Despedida e desaparecimento
Após o episódio, as três figuras voltaram-se de costas e desapareceram sem que o denunciante percebesse a forma de retirada. Mais uma vez, ele visualizou o teto “dissolver-se”, revelando o objeto sobre o quarto. Dessa vez, a estrutura pareceria ter formato semelhante a uma ameixa – descrição que difere do disco inicial, mas parte do mesmo processo de recolhimento. O artefato teria subido lentamente até a abertura tornar-se novamente o teto convencional do ambiente. Assim que a cena encerrou, o menino adormeceu.
Elementos temporais e detalhes adicionais
O relato aponta que o episódio completo durou cerca de dez minutos, de acordo com a estimativa retrospectiva do observador. Embora ele hoje reconheça a dificuldade de precisão temporal em memórias infantis, manteve a estimativa ao registrar o caso. O horário indicado – 2h – baseia-se no entendimento de que era madrugada e todos dormiam, mas não há confirmação externa, como relógios ou documentos contemporâneos.
O depoente acrescenta que, já adulto, revisitou o lugar e conversou com a mãe para confirmar a planta do apartamento e do quarto. Com essas informações, considerou consolidada a datação aproximada entre 1983 e 1984. Ele relata possuir lembranças nítidas de outras situações da mesma época, o que reforçaria, em sua opinião, a clareza do episódio.
Classificação no banco de dados MUFON
O MUFON, organização fundada em 1969 nos Estados Unidos, arquiva depoimentos encaminhados por testemunhas de objetos voadores ou fenômenos aéreos não identificados. Cada submissão recebe um número de caso e passa por triagem, que inclui contato com o denunciante e tentativa de reunir evidências suplementares, quando disponíveis. No caso 76182, o conteúdo público limita-se ao testemunho; não há registros fotográficos, gravações de áudio ou documentos oficiais que confirmem movimento aéreo incomum naquela data e local.
O status atribuído internamente não foi divulgado. Ainda assim, o relato permanece acessível a pesquisadores via banco de dados da entidade. Conforme orientação padronizada do MUFON, quem eventualmente presenciar fenômenos semelhantes é encorajado a registrar detalhes, reunir provas e realizar a submissão pelo site oficial. A entidade mantém voluntários dedicados a coletar, classificar e investigar ocorrências.
Repercussão e limites de verificação
Embora o episódio apresente características comuns a relatos de “abdução” ou “encontro próximo”, não há elementos paralelos – como testemunhas independentes, marcas físicas ou anomalias detectáveis – que permitam corroborar o testemunho. A falta de confirmação externa é típica em casos envolvendo memórias de infância, especialmente quando relatados décadas depois. Investigações científicas exigem dados físicos, registros de radares ou depoimentos convergentes para sustentar hipóteses; tais dados não constam no dossiê.
Relatórios semelhantes, envolvendo supostos visitantes de pequena estatura, comunicação telepática e objetos em formato de disco, compõem parte significativa do acervo do MUFON e de outras organizações que se dedicam ao tema. Até o momento, não há consenso acadêmico sobre a natureza desses registros, que variam entre interpretações psicológicas, socioculturais e possíveis eventos físicos ainda não compreendidos. O organismo mantém a coleta de dados como forma de possibilitar análise futura por pesquisadores de diferentes disciplinas.

Imagem: Internet
Detalhes específicos do depoente
No formulário encaminhado, o denunciante relata nunca ter sofrido traumas físicos no período imediatamente posterior ao suposto encontro, nem ter constatado falta de tempo ou ferimentos incomuns. Também afirma não ter discutido a experiência com a família durante a infância, limitando-se a contar o ocorrido já adulto. O motivo para registrar o caso quatro décadas depois foi a curiosidade pessoal e o desejo de compartilhar a lembrança em um banco de dados dedicado.
Ele não menciona ter desenvolvido fobias, condições médicas incomuns ou sonhos recorrentes relacionados ao evento. Tampouco relata experiências adicionais de natureza semelhante ao longo da vida. O testemunho baseia-se exclusivamente na lembrança de uma única noite, sem alegação de sequência de contatos.
Referências a uniformes e símbolos
Um dos pontos descritos com maior detalhe envolve o suposto uniforme das figuras. A criança teria percebido fileiras de círculos coloridos semelhantes a botões que “poderiam ser pressionados”. Não há menção às cores específicas ou ao padrão exato. A curiosidade levou o garoto a tocar um desses dispositivos, provocando reação imediata e negativa. Segundo o texto, o toque desencadeou sensação de desaprovação por parte das entidades, transmitida sem palavras.
Não há indicação de tecnologia visível, luzes ou instrumentos além desses círculos. O registro tampouco inclui detalhes sobre rosto, mãos ou outros traços anatômicos dos visitantes. A narrativa centra-se na estatura baixa e na impressão de que vestiam trajes padronizados.
Estrutura do quarto e dinâmica do episódio
Com base na lembrança, o quarto possuía um beliche encostado na parede esquerda e espaço livre no lado direito. Isso explicaria por que os visitantes se posicionaram juntos na lateral acessível. A falta de ruído é destacada: nenhum passo, arranhar no chão ou som de objeto descendo foi ouvido. Todo o cenário de “teto dissolvendo” e “céu estrelado” teria ocorrido de forma silenciosa, como se tratasse de uma projeção ou transição visual sem impacto físico perceptível.
Após a suposta saída das entidades, o teto “retomou” a aparência original, e o menino adormeceu prontamente. Ele afirma não ter despertado durante o resto da noite nem informado o episódio à família pela manhã. Esse detalhe reforça a natureza isolada do relato, sem confirmação de outras pessoas no ambiente.
Possíveis implicações para pesquisas futuras
Casos como o de Glastonbury levantam questões sobre a confiabilidade da memória infantil, condições de dormência e fenômenos de percepção noturna. Pesquisas em neurociência e psicologia do desenvolvimento sugerem que lembranças formadas muito cedo podem ser modificadas ao longo do tempo por influência de novas informações. Ainda assim, o registro de detalhes específicos, como disposição do quarto e atitude das entidades, levou o MUFON a catalogar o relato sem conclusões.
Para investigadores que atuam em campo, a ausência de artefatos materiais dificulta a verificação. Sem marcas no local, sem alterações detectáveis em superfícies, sem relatos de vizinhos nem anotações meteorológicas incomuns, as linhas de apuração ficam restritas à análise descritiva e à comparação com outros casos de literatura.
Instruções do MUFON ao público
A organização recomenda que qualquer pessoa que observe fenômeno aéreo não identificado anote data, hora, localização exata, condições do tempo e características observáveis do objeto ou luz. Caso existam registros fotográficos ou de vídeo, estes devem ser preservados com máxima qualidade original. Testemunhas externas, quando presentes, são incentivadas a documentar a experiência de forma independente, evitando troca de informações antes do envio do formulário, a fim de manter a integridade dos depoimentos.
A presença de ruído, odores ou efeitos eletromagnéticos também é considerada relevante. No caso 76182, nenhuma dessas variáveis foi relatada. A submissão, portanto, permanece classificada como evento baseado exclusivamente em relato verbal retrospectivo.
Conclusão factual
Quarenta anos após o suposto encontro, o Caso MUFON 76182 continua sem evidências adicionais que permitam confirmar ou refutar a experiência descrita pelo então menino de três ou quatro anos. O episódio compõe a base de dados da entidade como exemplo de ocorrência envolvendo objeto não identificado, comunicação telepática e visita de entidades antropomórficas. Até o momento, não foi registrada nova informação que altere o status original nem indicação de novos testemunhos relacionados ao evento de Glastonbury.
Fonte: MUFON