Relatos de orbes vermelhos vêm se multiplicando em fóruns on-line e em grupos de observação de objetos aéreos não identificados neste início de 2025. Embora descrições de luzes esféricas em tons avermelhados não sejam novidade, a frequência com que surgem testemunhos semelhantes chama a atenção de entusiastas, pesquisadores e céticos. Os casos seguem um padrão: uma esfera intensa e autoiluminada surge no céu noturno, permanece estática ou executa deslocamentos lentos, raramente produz ruído audível e costuma desaparecer sem deixar vestígio. Em alguns episódios, testemunhas registram um feixe curto ou um rastro luminoso, reforçando o clima de mistério que envolve o fenômeno.
Características recorrentes nos relatos
As descrições apresentadas em 2025 repetem detalhes que, juntos, formam um perfil quase padronizado do objeto:
- Brilho vermelho constante ou pulsante, perceptível a longa distância;
- Formato esférico bem definido, com bordas nítidas nas capturas de imagem mais estáveis;
- Ausência de sons típicos de motores a jato ou hélices, ainda que eventualmente algum ruído fraco seja relatado;
- Movimentação que alterna entre imobilidade e deslocamento suave, às vezes vertical, às vezes horizontal;
- Desaparecimento súbito: a luz se apaga ou se distancia rapidamente, escapando do campo de visão;
- Contexto noturno predominante, condição que facilita a visibilidade do rubor luminoso.
Essa combinação de fatores confere aos depoimentos uma aparência de repetição, sugerindo um fenômeno reconhecível. Entretanto, a mesma padronização facilita a aplicação de hipóteses terrestres, que vão de aeronaves convencionais a fenômenos atmosféricos raros.
Ocorrências destacadas
Dentre os relatos recentes, três episódios passaram a circular com maior intensidade nas redes sociais e plataformas dedicadas a objetos voadores não identificados:
Manhattan, Nova Iorque – 18 de dezembro de 2024. Um morador do Lower East Side registrou, por meio de fotografias, um globo vermelho que emitia um feixe luminoso descendente. A presença de prédios conhecidos ao fundo forneceu referências de escala e altitude, permitindo estimativas mais precisas durante as análises posteriores. Dados de tráfego aéreo foram verificados após a divulgação das imagens.
Bulgária – primavera de 2025. Em área rural, um objeto luminoso aparentemente colidiu com o solo e incendiou a vegetação rasteira. Vídeos gravados por moradores exibem a queda e chamas subsequentes. A repercussão levou habitantes a realizar inspeções espontâneas no local em busca de destroços ou vestígios físicos.
Estados Unidos – 2025. Em um clássico tópico aberto no fórum r/Paranormal com o título “Orbe vermelho, socorro!”, participantes relataram a presença de uma luz vermelha pairando acima de um bairro residencial, sem emissão sonora. O objeto teria permanecido visível por alguns minutos e sumido subitamente. O episódio foi usado como exemplo em discussões sobre métodos de verificação e checagem de dados.
Principais hipóteses de origem
Diante do aumento de relatos, quatro explicações despontam como candidatas recorrentes para o fenômeno dos orbes vermelhos.
1) Luzes anticolisão de aeronaves. Aeronaves comerciais e particulares exibem, em pontos estratégicos da fuselagem, luzes vermelhas giratórias ou estroboscópicas destinadas a sinalizar a posição da aeronave. Dependendo do ângulo de observação, as luzes brancas auxiliares podem ficar ocultas pelas asas ou pela cauda, deixando apenas a tonalidade vermelha visível ao observador. Quando o avião se desloca na direção daquele que observa, a impressão pode ser de imobilidade no céu. Consultas a registros de rotas, como os bancos de dados ADS-B ou FlightRadar24, costumam esclarecer parte dos casos.
2) Satélites Starlink e outros objetos em órbita. Lançamentos recentes de satélites, especialmente as longas filas formadas nos dias subsequentes ao lançamento, produzem pontos luminosos que se deslocam em trajetórias aparentemente retilíneas. Satélites isolados podem apresentar intensificação súbita de brilho ao refletir luz solar, fenômeno conhecido como flare. Aplicativos de monitoramento de órbita, a exemplo de Heavens-Above, conseguem prever passagens e, assim, atribuir a muitos avistamentos uma origem espacial.
3) Drones e lanternas de papel. Drones recreativos trazem luzes de navegação, sendo comum o uso de LEDs vermelhos na parte traseira para indicar orientação. Por permanecerem por períodos prolongados em um mesmo ponto ou executarem manobras suaves, podem gerar a percepção de um objeto estático. Lanternas de papel impulsionadas por ar quente, populares em celebrações, apresentam comportamento semelhante: ascensão lenta, brilho intenso que se extingue quando o combustível acaba e total ausência de ruído mecânico.
4) Fenômenos naturais raros. Ocorrem, em circunstâncias atmosféricas específicas, manifestações luminosas ainda sob investigação científica, como o relâmpago globular e luminosidades terrestres registradas no vale de Hessdalen, na Noruega. Estudos recentes discutem a possibilidade de formações de plasma que, sob certas condições de umidade, temperatura e carga elétrica, produziriam bolas de luz de curta duração. Embora incomuns, esses eventos se encaixam em parte das descrições de orbes vermelhos.
Procedimentos recomendados para investigação
Pesquisadores independentes sugerem um roteiro básico para quem testemunhar o aparecimento de um orbe vermelho e desejar contribuir com dados confiáveis:

Imagem: ovnihoje
- Registrar horário e direção. A anotação precisa da hora local, do azimute (em graus ou em referência a pontos cardeais) e da elevação do objeto em relação ao horizonte auxilia na correlação com rotas aéreas e passagens de satélites.
- Verificar tráfego aéreo. Ferramentas como ADS-B Exchange e FlightRadar24 possibilitam checar, em tempo real ou de forma retrospectiva, se havia aeronaves na região na mesma faixa horária.
- Consultar rastreadores de satélites. Sites especializados projetam quando estrelas artificiais, especialmente da constelação Starlink, serão visíveis sobre determinada localidade.
- Analisar condições meteorológicas. Relâmpagos distantes, inversões térmicas ou fumaça proveniente de incêndios florestais podem alterar a coloração ou a trajetória aparente de luzes no céu.
- Capturar dados fotográficos brutos. Sempre que possível, disponibilizar arquivos no formato RAW e manter informações EXIF intactas facilita estimativas de exposição, distância e tamanho angular.
- Obter referências visuais fixas. Incluir construções, linhas de transmissão ou formações naturais no enquadramento permite medir, posteriormente, deslocamentos e altitudes com maior precisão.
- Investigar o local à luz do dia. Em relatos que mencionam pouso, queda ou efeitos físicos, visitas diurnas podem revelar marcas de queimadura, resíduos metálicos ou alterações em vegetação e solo.
Seguir esses cuidados não elimina o fator surpresa que torna os vídeos de orbes tão populares, mas aumenta a chance de chegar a uma conclusão fundamentada, seja ela convencional ou não.
Ritmo de divulgação nas redes
Orbes vermelhos tendem a protagonizar gravações curtas, geralmente capturadas com aparelhos móveis. A composição visual simples – um ponto intenso destacado contra o céu escuro – facilita a compreensão imediata e estimula compartilhamentos. Esse comportamento de disseminação rápida contrasta com registros mais longos de luzes difusas, que raramente viralizam. Assim, mesmo explicações comuns como aeronaves ou satélites podem ressurgir em ciclos, impulsionadas por postagens que replicam o padrão dramático de desaparecimento repentino.
Por que parte dos casos permanece sem resposta?
Apesar das hipóteses listadas cobrirem a maioria das ocorrências, alguns relatos desafiam classificações. Questões que limitam a confirmação incluem ângulos cegos nos rastreadores de voo, ausência de passagens satelitais coincidentes, manobras abruptas incompatíveis com drones recreativos, variações de luminosidade que não casam com lanternas de papel e, ocasionalmente, indícios de interação física com o ambiente, como o incêndio relatado na Bulgária.
Nesses cenários, a falta de dados precisos – ou a existência de dados que apontam contradições – mantém aberta a possibilidade de fenômenos menos compreendidos. A literatura científica sobre relâmpago globular, por exemplo, ainda debate mecanismos de formação, tempo de duração e composição química. Enquanto não se alcança consenso, cada novo vídeo ou testemunho converge para um arquivo crescente de ocorrências sem explicação imediata.
Impacto na comunidade de pesquisa
O acúmulo de avistamentos em 2025 impulsiona investigações colaborativas entre aficionados por aviação, astrônomos amadores e estudiosos de fenômenos atmosféricos. Grupos de discussão dividem tarefas: alguns se dedicam a cruzar horários com bases de dados aeronáuticas; outros analisam a luminosidade quadro a quadro; há ainda quem se concentre em revisitar locais e buscar evidências físicas.
Ao mesmo tempo, a visibilidade conquistada por meio de redes sociais amplia o número de pessoas expostas a informações primárias, mas também exige cuidado na checagem de fontes. Arquivos de vídeo reenquadrados, recortados ou acelerados podem alterar a percepção de velocidade e direção, favorecendo interpretações precipitadas.
Perspectivas para os próximos meses
Com a expansão constante de frotas de satélites em órbita baixa, a expectativa é que o céu noturno apresente cada vez mais objetos luminosos em movimento. A simples probabilidade de confundir essas passagens com fenômenos incomuns reforça a importância do uso de aplicativos de rastreamento na rotina de observadores. Paralelamente, a popularização de drones de alto desempenho e de shows de luzes coreografados em eventos recreativos adiciona novos desafios à diferenciação de sinais genuinamente anômalos.
Mesmo diante desse cenário, parte da comunidade permanece atenta ao que não se encaixa nas explicações vigentes. Para esses pesquisadores, é no conjunto residual – as ocorrências que resistem a todas as tentativas de enquadramento – que reside a chave para avanços na compreensão de fenômenos atmosféricos pouco estudados ou, como defendem alguns, de visitas de tecnologia não humana.
Conclusão indireta
O aumento de relatos de orbes vermelhos em 2025 reflete a confluência de três fatores: maior disponibilidade de dispositivos de gravação, elevação do tráfego aéreo e espacial e mobilização de comunidades virtuais em torno de temas ligados a objetos voadores não identificados. Embora a maioria dos avistamentos encontre explicações em luzes de aeronaves, satélites, drones ou lanternas, um núcleo de casos sem resposta segue alimentando a curiosidade pública. A continuidade da coleta sistemática de dados, somada a análises técnicas criteriosas, deverá indicar se esses orbes vermelhos, ao final, pertencem ao campo do explicável ou permanecerão na categoria dos enigmas atmosféricos.
Fonte: OVNI Hoje